terça-feira, 18 de junho de 2013

Língua Portuguesa IV

                                   Objetivos da unidade

            Vamos iniciar nosso blog apresentando as figuras de linguagem, primeiro explicando as mais importantes de uma forma “lúdica”,ou seja, uma forma mais divertida de aprender, utilizaremos os recursos multimodais e pluralidade de linguagens verbal/visual, oral e escrita.

FIGURAS DE LINGUAGEM

São recursos usados pelo falante para realçar sua mensagem.

Teremos um vídeo para uma rápida apresentação das figuras de linguagem, depois a explicação das mais importantes.




1) ELIPSE - ZEUGMA
Veja os exemplos:
1-Na estante, livros e mais livros.
2-Ele prefere um passeio pela
praia; eu, cinema.
No 1º exemplo temos uma elipse, já no 2º, a figura que aparece é o zeugma.
A elipse consiste na omissão de um termo que é facilmente identificado.
No exemplo 1, percebemos claramente que o verbo “haver” foi omitido.
No exemplo 2, ocorre zeugma, que é a omissão de um termo que já fora expresso anteriormente.
“Ele prefere um passeio pela praia; eu, (prefiro) cinema.” (Não houve necessidade de repetir o verbo, pois entendemos o recado).

2) PLEONASMO
Na oração: “Ela cantou uma canção linda!”, houve o emprego de um termo desnecessário, pois quem canta, só pode cantar uma canção.
Na famosa frase: “Vi com meus próprios olhos.”, também ocorre o mesmo.
Pleonasmo é a repetição de ideias.

3) HIPÉRBATO
Exemplos:
Correm pelo parque as crianças da rua.
Na escada subiu o pintor.
As duas orações estão na ordem inversa.
O hipérbato consiste na inversão dos termos da oração.
Na ordem direta ficaria:
As crianças da rua correm pelo parque.
O pintor subiu na escada.

4) ANACOLUTO
É a falta de nexo que existe entre o início e o fim de uma frase.
Dois gatinhos miando no muro, conversávamos sobre como é complicada a vida dos animais.
Novas espécies de tubarão no Japão, pensava em como é misteriosa a natureza.

5) SILEPSE
É a concordância com a ideia e não com a palavra dita.
Pode ser: de gênero, número ou pessoa.
SILEPSE DE GÊNERO (masc./fem.) Vossa Excelência está admirado do fato?
O pronome de tratamento “Vossa Excelência” é feminino, mas o adjetivo “admirado” está no masculino. Ou seja, concordou com a pessoa a quem se referia (no caso, um homem).
Aqui temos o feminino e o masculino, logo, silepse de gênero.
SILEPSE DE NÚMERO (singular/plural)
Aquela multidão gritavam diante do ídolo.
Multidão está no singular, mas o verbo está no plural.
“Gritavam” concorda com a ideia de plural que está em “multidão”.
Mais exemplos.
A maior parte fizeram a prova.
A grande maioria
estudam uma língua.
SILEPSE DE PESSOA
Todos estávamos nervosos.
Esta frase levaria o verbo normalmente para a 3ª pessoa (estavam - eles) mas a concordância foi feita com a 1ª pessoa(nós).
Temos aqui 2 pessoas ( eles e nós ) logo, silepse de pessoa.
Mais exemplos:
As duas comemos muita pizza.(elas – nós)
Todos compramos chocolates e balas.(eles – nós)
Os brasileiros sois um povo solidário. (eles – vós)
Os cariocas somos muito solidários.(eles – nós)

6) METÁFORA - COMPARAÇÃO


As figuras de linguagem são recursos não convencionais que usamos para dar uma expressividade maior ao que falamos ou escrevemos.
Note que eu usei a metáfora "cair na estrada" para fazer uma piada. Inclusive, no segundo quadro da tirinha, há outra metáfora: "coma poeira".
Exemplos:
1-Aquele homem é um leão.
Estamos comparando um homem com um leão, pois esse homem é forte e corajoso como um leão.
2-A vida vem em ondas como o mar.
Aqui também existe uma comparação, só que desta vez é usado o conectivo comparativo: como.
O exemplo 1 é uma metáfora e o exemplo 2 é uma comparação.
Exemplos de metáfora.
Ele é um anjo.
Ela uma flor.
Exemplos de comparação.
A chuva cai como lágrimas.
A mocidade é como uma flor.
Metáfora: sem o conectivo comparativo.
Comparação: com o conectivo (como, tal como, assim como)

7) METONÍMIA
Aqui também existe a comparação, só que desta vez ela é mais objetiva.
Ele gosta de ler Agatha Christie.
Ele comeu uma caixa de chocolate.
(Ele comeu o que estava dentro da caixa)
A velhice deve ser respeitada.
Pão para quem tem fome.(“Pão” no lugar de “alimento”)
Não tinha teto em que se abrigasse.(“Teto” em lugar de “casa”)

8) PERÍFRASE - ANTONOMÁSIA
A Cidade Maravilhosa recebe muitos turistas durante o carnaval.
O Rei das Selvas está bravo.
A Dama do Suspense escreveu livros ótimos.
O Mestre do Suspense dirigiu grandes clássicos do cinema.
Nos exemplos acima notamos que usamos expressões especiais para falar de alguém ou de algum lugar.
Cidade Maravilhosa: Rio de Janeiro
Rei das Selvas: Leão
A Dama do Suspense: Agatha Christie
O Mestre do Suspense: Alfred Hitchcock
Quando usamos esse recurso estamos empregando a perífrase ou antonomásia.
Perífrase, quando se tratar de lugares ou animais.
Antonomásia, quando forem pessoas

9) CATACRESE
A catacrese é o emprego impróprio de uma palavra ou expressão por esquecimento ou ignorância do seu real sentido.
Sentou-se no braço da poltrona para descansar.
A asa da xícara quebrou-se.
O pé da mesa estava quebrado.
Vou colocar um fio de azeite na sopa.

10) ANTÍTESE



Para uma definição definitiva (sim, isso foi de propósito) do que é antítese, a voz daquele que tudo sabe. Escute Deus falar ao seu coração! A antítese é a figura de linguagem pela qual fazemos o contraste entre coisas opostas. Tirando quando essa coisa é o John e a Yoko, não há uma incoerência lógica nesse contraste, porque os opostos não convivem no mesmo ser ao mesmo tempo.
Emprego de termos com sentidos opostos.
Exemplos:
Ela se preocupa tanto com o passado que esquece o presente.
A guerra não leva a nada, devemos buscar a paz.

11) EUFEMISMO

Veja que o personagem de terno azul abriu a tira com uma acusação forte contra o outro (que entendemos ser um político). Diante da ameaça de processo, ele transforma seu discurso – só que no fim das contas às ideias ainda são as mesmas, elas só foram apresentadas de maneira menos contundente. No terceiro quadrinho, a suavização continua, até que, finalmente, a acusação é retirada.
Entre a acusação aberta e calorosa do primeiro quadrinho e as acusações do segundo e do terceiro quadrinhos foi feita uma suavização de uma ideia muito negativa: é isso a que damos o nome de eufemismo.
Exemplos:
Aquele rapaz não é legal, ele subtraiu dinheiro.
Acho que não fui feliz nos exames.
O intuito dessas orações foi abrandar a mensagem, ou seja, ser mais educado.
No exemplo 1 o verbo “roubar” foi substituído por uma expressão mais leve.
O mesmo ocorre co o exemplo 2, “reprovado” também foi substituído por uma expressão mais leve.



12) IRONIA



Essa figura de linguagem que faz tão parte do cotidiano, Só o Adão mesmo pra sem ser tão sem noção e não perceber que Deus não apertou a teclinha Curtir isso do Face. A resposta de Deus foi recheada de ironia: a figura de linguagem em que aquilo que se diz significa, na verdade, o contrário do que se pensa.
A ironia é um recurso muito sofisticado na língua. Ela é construída através do contexto e, muitas vezes, a expressão facial e o tom de voz de quem fala são determinantes para que se o receptor possa processá-la.
Exemplos:
Que homem lindo! (quando se trata, na verdade, de um homem feio.)
Como você escreve bem, meu vizinho de 5 anos teria feito uma redação melhor!
Que bolsa barata, custou só mil reais!

13) HIPÉRBOLE
Para isso, façamos uma breve pesquisa:
Quem, algum dia, já disse que estava morrendo de dor de cabeça, levanta a mão.
Tá bom. Agora, levanta a mão quem algum dia já morreu de saudade de alguém.
Massa.
Vou chamar a Laura Croft, porque tem um bando de zumbi por aqui. Ou um bando de gente exagerada. Por que ou esse povo morreu e tá andando solto por aí e merece um bom fim à la Resident Evil ou tem muita gente que gosta de uma hipérbole.
Hipérbole é esse exagero intencional de uma ideia e que, no contexto, é um exagero que fica óbvio. Se uma menina chegar à coordenação e disser que está morrendo de cólica ninguém vai chamar os paramédicos, providenciar UTI móvel e chamar padre para dar extrema-unção. No máximo vai pra enfermaria tomar um analgésico e voltar pra aula. Morrer de fome, de sede, de frio e de medo, salvo raríssimas exceções, são puras hipérboles. E esse exemplo do “morrendo de” é só um dos muitos tipos comuns de hipérbole. Ou sua mãe não já falou mais de mil vezes hoje para você sair da internet, criatura? Seu pai já não disse um milhão de vezes para você maneirar nos gastos? E você já não cansou de repetir pra o seu irmão que não quer que ele mexa nas suas coisas?
É o exagero na afirmação.
Exemplos:
Já lhe disse isso um milhão de vezes.
Quando o filme começou, voei para casa.

14) PROSOPOPÉIA



“... Ele é qui ta mi oiando!” (o espelho não olha para ninguém, pois é um objeto).

Atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e inanimados.
A formiga disse para a cigarra: “Cantou... agora dança!”.


Justificativa da proposta da unidade

Utilizaremos as figuras de linguagem após elas serem apresentadas no blog para compor questões que vão de encontro ao nosso tema que é trabalho e consumo, fazendo a interdisciplinaridade com as outras disciplinas, assim desenvolvendo o blog em questão.

Recursos Utilizados

Utilizaremos tiras de desenho para explicar o conteúdo, colocaremos também no blog vídeos de aulas sobre figuras de linguagem, depois apresentaremos as atividades com base no que foi apresentado.

Objetivos

Ensinar as figuras de linguagem para os alunos para que eles aprendam a interpretar texto de uma forma mais construtiva, enxergando a construção do texto como ele é feito e como essa figuras são presentes nos mais variáveis tipos de texto, essas figuras são estratégias que o escritor pode aplicar no texto para conseguir um efeito determinado na interpretação do leitor. São formas de expressão mais localizadas em comparação às funções da linguagem, que são características globais do texto. Podem relacionar-se com aspectos semânticos, fonológicos ou sintáticos das palavras afetadas.

Público Alvo: Ensino Fundamental II, 9° ano.
Gêneros Textuais: Literário, jornalístico, publicitários, cotidiano. Vai ter interdisciplinaridade com as matérias de Prática de Ensino IV e Estudos Literários em Língua Inglesa.

Esboços das Atividades

1)    Na tirinha apresentada a baixo Bichinhos de Jardim, existe uma figura de linguagem, qual essa figura e qual é a função dessa figura no contexto onde ela foi apresentada?

2)    Complete utilizando figuras de linguagens:
A                   (ou_________) é um dos mais comuns recursos para instaurarmos a ficcionalidade de um texto. Tanto é assim que histórias principalmente dirigidas para crianças, como fábulas, contos de fadas e contos maravilhosos, além daquele “era uma vez, num reino distante” que ajuda a criança a se lembrar de que aquilo ali não é a verdade que ela conhece, é uma outra (a verdade do texto, por mais que ela não tenha consciência disso), usam a personificação como um recurso banal até. Além de príncipes, princesas e magia essas histórias, principalmente as fábulas costumam contar com personagens que falam, andam, pensam, enfim, fazem um monte de coisas que eles não fazem no mundo real. A _____________ é justamente o uso da linguagem que atribui a esses personagens ações que a eles, no mundo real, não são possíveis.

Não entendeu? Então pera. Observa estes personagens famosíssimos:


Eu sou louco pela Dory, e você?


Praticamente impossível você não conhecer pelo menos duas das figurinhas aí de cima. Praticamente impossível você não ter se divertido muito assistindo a Procurando Nemo. Eu adoro. Agora, sejamos sinceros. Deixa eu te contar um segredinho, baixinho que é pra ninguém mais ouvir e eu não ser acusado de matar os sonhos alheios.
Peixes não falam, não falam e não cantam.. Continue a nadar,   continue a nadar…
Relógios não andam. Candelabros e bules também não. Nem riem.

Não importa se em A Bela e a Fera rola uma explicação lógica para os objetos do castelo da Fera terem ações que não são possíveis para eles.
 Eles foram ___________. Nemo, Dory, Marlin e todos os animais de Procurando Nemo idem. Eles fazem coisas que são impossíveis para peixes, porque são ações humanas.

Produção Textual:


A partir da tirinha apresentada da Dona Maria Joana Cascudo desenvolva uma dissertação com base no contexto e na figura de linguagem apresentada.

Contextualizando: Língua portuguesa IV
 

Objetivo: Explorar a expressividade das palavras, no texto dramático, fazendo com que o  aluno perceba a construção do personagem, a partir da leitura dramática.

Público Alvo: Ensino Médio

Gênero Literário:  Dramaturgia.  Texto: "O Demorado Adeus" de Willians Tennesse

Atividades: Seguir um roteiro de leitura dramática, através de questões que pontuem  "detalhes" das falas das personagens. E se relacionem à seus respectivos intertextos. Trabalhar a conotação implícita no texto, evocando-a na expressão vocal.

Avaliação: Dramatização, onde o uso das linguagens verbais e não verbais, possibilitem a vivência cênica de todos os elementos linguísticos investigados. E traduza desta forma, o discurso do autor.

                          
 
                                            Roteiro de leitura do trecho

1) " Você fica olhando para o nada como tivesse alguma coisa solta na cabeça". Qual é a figura de linguagem utilizada? Qual efeito ela produz na cena?

2) Ao dizer: "Você está sentindo um prazer mórbido em assistir..." Silva se mostra um personagem materialista ou espiritualista? Ele repete esta dualidade na fala? Justifique a carga semântica das palavras em negrito.

3) Podemos localizar outras figuras de linguagem, na fala de Silva, seguindo a sequência do trecho. Localize-a, e descreva qual o efeito ela produz no seu interlocutor (Joe).

4) Silva utiliza os antônimos "Adeus" e "Olá". Este jogo de palavras "antagônicas", produz um intertexto, que permite antever claramente o que ele pensa da situação contextualizada em cena. Preencha com suas palavras o intertexto de Joe.

5) Agora você é o diretor da cena. Joe diz: "Saia e me deixe sozinho"  ao que Silva responde: "Ok...”.
Na busca da expressividade; você acha significativo o silêncio, entre uma fala e outra, ou não?

6) "Você está chorando como Jesus e isso me enjoa", fala de Silva, que está carregada de ideologia. É uma versão ao cristianismo? É uma crítica?  Descreva o que você deduz. Consegue esboçar um perfil do  personagem.   

7) Silva finaliza:
"Vejo você Weston, se eu ainda estiver enxergando". O que ele quer dizer com semelhante ironia? Isto denuncia o seu modo de vida? De problematizar e solucionar as situações?   

8) De que forma Silva parodia Sócrates? Que informações esta paródia traz à nossa leitura? Você deduz que a leitura?  Você deduz  que estes jovens são ou não politizados?

9) Em cena, a paródia citada agrega ao discurso do autor, um engajamento político social? 

10) Percebeu a contemporaneidade do tema abordado?  Ele também trata do consumismo, que é o nosso tema transversal, presente nas outras disciplinas.  . 


Bibliografia:

Sites Consultados para a elaboração do trabalho:

http://www.infoescola.com/portugues/figuras-de-linguagem/

http://literarizando.wordpress.com/2011/04/11/figuras-de-linguagem-ironia-e-eufemismo/

Willians Tennesse. "O demorado Adeus".  Aurora: revista de arte, mídia e política, São Paulo, v.5, n.13, p.11-27, fev. -mai .2012  



Nenhum comentário:

Postar um comentário